Não, o texto não é somente uma pessoa. É sobre várias. Vai ver que é por isso que eu continuo dormindo na diagonal, numa enorme cama de casal.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
ele, o outro, mais um e tantos mais
Não, o texto não é somente uma pessoa. É sobre várias. Vai ver que é por isso que eu continuo dormindo na diagonal, numa enorme cama de casal.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
De onde eu sou e pra onde eu vou?
Minhas raízes sempre foram brasileiras. E não só a do cabelo, que puxa pro afro e não nega o país. Eu falo de raiz mesmo, aquela fincada no chão. Mais do que brasileira, minhas raízes eram santistas. Elas nasceram no jardim da praia, foram criadas com os pés no mar, tinham características suburbanas. Aí veio a necessidade profissional, aquela vontade de crescer e, para isso, um pedacinho dessa força que não queria por nada sair do chão, teve que ser cortada. A raiz ficou meio capenga por um tempo, o corpo balançou pra um lado, quase despencou por diversas vezes. Mas, no fim das contas, acabou aceitando o destino e resolveu bandear pro lado de São Paulo. Pronto, problemas resolvidos.
Dividida entre o verde de Santos e o cinza de Sampa, ela estava feliz. Tinha a convicção de que era perfeitamente possível uma vida 5X2, dupla mesmo, de dias de semana cheios de trabalho na Capital e findis relaxs na Baixada. Vez ou outro andava por aí, mas não cambaleava mais. Estava fixa, forte, sabia que podia ir e vir, mas o destino final era ali, no 964 da Girassol ou no prédio em frente a Esquina da Esfiha. Os domingos continuavam difíceis, não por anteceder mais uma semana de árdua ralação e sim, por deixar para trás um colo bom, uma sopa de legumes e uma (ou duas) casas que são verdadeiramente lares.
Agora, de uns tempos pra cá, essa história ficou ainda mais complexa. Depois de passar um tempo fincada no Canadá (porque, sim, apesar de ser só um mês lá esteve presente o corpo, a alma, a raiz e tudo mais que possa existir) a situação mudou. Aquele papo de “meus filhos vão ser criados aonde eu fui”, ficou ligeiramente distante. Entre o conforto do lar e a certeza de um lugar em que tudo é melhor, fica uma raiz. Aquela mesma. Porém, agora, solta, perdida, sem saber se deve grudar no solo ou tentar vôos mais distantes e longos.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
ELE!
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Quando eu quis escrever um livro
Sua (é você aí) irmã siamesa.
Agora meu pai vai saber que eu transo.
Apresentação
Na dúvida entre casar e comprar uma bicicleta, eu resolvi arriscar um livro já que, pelo menos assim, a minha integridade física e mental permaneceriam intactas. Era uma noite de terça-feira, eu tomava vinho em casa, sentada em um tapete felpudo de uma sala cheia de gente tão louca quanto eu. Perguntaram onde eu estava publicando meus textos, aqueles nos quais eu contava a minha vida inteira. Eu retruquei. Disse que eram personagens. Todos riram. Sabiam de cor as minhas histórias que eu não fazia questão de esconder nem na fila do supermercado (quem dirá no metrô!). Quando descobri que não era mais segredo para ninguém, resolvi escrever. Foi difícil começar, eu tenho manias chatas, leio de trás pra frente (e de cima pra baixo) e não sei escrever uma palavra sem colocar o entrelinhas 1,5 (salve Word). Aos poucos foi tomando forma.
Este livro não tem personagens, não tem estórias (com “e” mesmo, do jeito que aprendi na escola). Cada folha aqui tem vida. E tem datas. Totalmente proposital para que cada um dos envolvidos na minha loucura identifique as histórias (agora com h mesmo).
É isso. Eu sou eu, eu sou você, eu sou o casal que tava se pegando hoje no seu caminho trabalho-casa. Eu sou qualquer um. Mas sou a partir de mim. A partir de uma personalidade geminiana com mais de mil facetas.
sábado, 7 de agosto de 2010
Preguiça de gente
Sempre tive mania de gente. Pego táxi só para ouvi conversas que não escutaria em uma mesa de bar. Falo com a pessoa que está na minha frente na fila do banco. Troco segredos no banheiro com gente que nunca mais vou ver na vida. Sou do tipo que vira amiga na primeira semana. Confio intensamente. Às vezes, gosto de frequentar lugares inusitados, para descobrir figuras de roupa estranha, maquiagem forte demais, mas que tem um papo bom e uma história diferente dos locais de samba no pé.
Mas, com o perdão da palavra, estou com preguiça do mundo. Ando com sono demais, sem vontade de ser legal. Historias que duram mais de dois minutos tiram minha paciência. Não tenho tido saco de ouvir, de dar conselhos, de mostrar que sim, a vida vela a pena seu reclamãochatopracaralho. Estou cansada das frases repetidas sem critério, do foco que não muda, das palavras decoradas por uma falta incrível de novidades em uma vida monótona e sem graça.
O problema deve ser meu. Devo estar ficando velha. Vai ver que bateu o relógio biológico (sim, assunto para um próximo texto) e a minha atenção está estritamente voltada a seres com menos de dois anos. Por isso, gente, suplico paciência com a minha pessoa. Entendam caso eu não queira colocar os pés fora do meu lar. Não me julguem quando eu gritar que preciso ficar quieta. Eu juro, que assim como todas as outras fases, essa há de passar. Eu vou voltar a amar gente. Como sempre foi.
sábado, 5 de junho de 2010
Ei...
Ps. Inferno astral. Ou você acaba, ou eu acabo com você!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Calma, é só uma fase (de novo, não!).
Eu sou bem-resolvida e não ligo de ir ao cinema em companhia somente da pipoca, porém, quando isso passa a rotineiro, vira um porre. Faz falta ter alguém para apertar a perna. Para abraçar com força. Para chorar no ombro. E para rir em sintonia. Faz falta também ter com quem sentar junto, dividir a porção e a garrafa de vinho. Estar sozinha, quando deixa de ser opção, passa a ser triste.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis
terça-feira, 16 de março de 2010
Odeio ser adulta!
Talvez eu tenha sumido por estar trabalhando demais. Talvez seja porque de tanto treinar acabei acostumando a ficar sem ninguém, o que tira as palavras bonitas dos textos (mil) que começaram e ficaram pela metade. Mas a verdade, a verdade mesmo, é que ando preocupada com coisas de gente grande e essas coisas, que deveriam acontecer só depois que você tivesse alguém pra dividir a cama e os problemas, estão tomando um tempo bastante significativo da minha vida. Se fosse só a proprietária pedindo o apartamento, ok. Se fosse só a falta de dinheiro para alugar um melhor, ok também. Se fosse só o cliente que dá problema ou o chefe que manda e-mails obscuros, eu me virava. A saudade de casa, a dor de garganta, o chuveiro queimado, a TV que não liga mais, a falta de geladeira e fogão, para tudo isso eu dava um jeito. O negócio ficou feio porque aconteceu tudo junto. E, sinceramente, eu não aprendi a ser forte no mesmo dia que aprendi a fazer arroz.
Precisava de uma varinha mágica, que soltasse um brilho bem colorido e deixasse as coisas mais leves. Queria uma praia, com o Q.I zerado e um mar que dói de tão lindo. Queria que cada palavra deste texto carregasse um pouco da minha preocupação para ver se assim, as coisas ficavam mais fáceis. Mas não, o jeito é encarar de frente, com o nariz empinado, fingindo que aprendi a ser adulta na apostila do 3º colegial. É claro que meu otimismo continua aqui e que sei que as coisas vão dar certo, mas já queria comprar as minhas coisinhas fúteis (porque estou pobre, mas nem por isso deixo de precisar muito de um saleiro da Imaginarium) e comemorar com uma cerveja no apartamento 25, da Girassol.
Sim, obrigada pelas palavras. Eu também acredito, juro.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Quem disse que o ano começa depois do carnaval?
O que eu tenho a dizer é que 2010 promete. Começou quente, cheio de concretizações. Ano regido por Vênus, vermelho, feminino. Ano de ascensão profissional, de vida paulistana agitada e de calcinha cor de rosa. Ano de muito trabalho, muita viagem. Ano do muito, do diferente, do nunca antes experimentado (ui!). Mais parque do que praia, mais dia do que noite, mais sim do que não. Doze meses para aprender inglês de uma vez por todas, para participar de três corridas de rua e duas de aventura, para rever aqueles amigos de dez anos atrás.
Ano, com o perdão do trocadilho, que nasceu para ser dez. Que chegou com a corda toda. Que estourou felicidade junto com a champagne no Reveillion. Ano que vai dar trégua de paz depois de muita guerra e desastres naturais e que, com isso, vai encher de fé quem já não acredita mais na luz que guia o mundo.
Cor, energia, yoga, mais corrida, mais suco do que cerveja (de novo, de novo). Mais amigos novos, mais reciprocidade. Ano de encerrar ciclos e começar tantos outros. Ano, sim, de renovar e de mostrar à vida que somos capaz de alcançá-la, de superá-la, de abraçá-la com força.
Que fuja do planejado, que saia da rotina e que a vida simplesmente aconteça, assim, de repente.