terça-feira, 24 de agosto de 2010

ELE!

Depois de ter feito tudo certo durante todo o tempo, eu não esperava outra coisa que não a atitude mais linda do mundo. Ele fala exatamente o que eu precisava escutar, segura na minha mão e me olha fundo. Especialmente especial (dane-se a redundância!). Ele é meio louco, meio racional, meio emotivo demais. Ele é meio tudo e ao invés de eu me anular diante desta situação, eu me encho mais para me equiparar. Aquela história de dois em um, de metade da laranja, não rola aqui. Eu tento crescer, me estufo, encho meu peito de coisas boas só para chegar perto dele. Eu sei lá qual é o sentimento que eu tenho. Não é admiração, afinal, o jeito que ele leva a vida, fingindo que nada é com ele (ou que tudo é com ele?) me irrita. Mas, ao mesmo tempo, eu acho lindo o jeito que ele escolhe o vinho no Pão de Açúcar. Fico olhando meio boba, com cara de aluna da terceira série. Ele me orgulha, é um profissional daqueles que te estimulam a ser melhor, embora nem sempre coloque toda a brilhante carreira nos planos imediatos de vida. Quem mais senta comigo na padaria da esquina e toma a “última” antes de ir pra casa? Ele é escorpião, leão, touro, câncer ou libra. Ele tem um monte de jeito, se veste engraçado, usa o cabelo de um jeito que eu elegeria como o pior do mundo, acha que manda em mim quando fala um tom mais alto do normal, toma cerveja de um jeito engraçado e não come sushi com shoyo (coincidência?).

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quando eu quis escrever um livro

Título
Sua (é você aí) irmã siamesa.
Agora meu pai vai saber que eu transo.

Apresentação

Na dúvida entre casar e comprar uma bicicleta, eu resolvi arriscar um livro já que, pelo menos assim, a minha integridade física e mental permaneceriam intactas. Era uma noite de terça-feira, eu tomava vinho em casa, sentada em um tapete felpudo de uma sala cheia de gente tão louca quanto eu. Perguntaram onde eu estava publicando meus textos, aqueles nos quais eu contava a minha vida inteira. Eu retruquei. Disse que eram personagens. Todos riram. Sabiam de cor as minhas histórias que eu não fazia questão de esconder nem na fila do supermercado (quem dirá no metrô!). Quando descobri que não era mais segredo para ninguém, resolvi escrever. Foi difícil começar, eu tenho manias chatas, leio de trás pra frente (e de cima pra baixo) e não sei escrever uma palavra sem colocar o entrelinhas 1,5 (salve Word). Aos poucos foi tomando forma.
Este livro não tem personagens, não tem estórias (com “e” mesmo, do jeito que aprendi na escola). Cada folha aqui tem vida. E tem datas. Totalmente proposital para que cada um dos envolvidos na minha loucura identifique as histórias (agora com h mesmo).
É isso. Eu sou eu, eu sou você, eu sou o casal que tava se pegando hoje no seu caminho trabalho-casa. Eu sou qualquer um. Mas sou a partir de mim. A partir de uma personalidade geminiana com mais de mil facetas.
PS. Se um dia eu realmente for escrever um livro, crio outra apresentação (tão louca quanto).

sábado, 7 de agosto de 2010

Preguiça de gente

Sempre tive mania de gente. Pego táxi só para ouvi conversas que não escutaria em uma mesa de bar. Falo com a pessoa que está na minha frente na fila do banco. Troco segredos no banheiro com gente que nunca mais vou ver na vida. Sou do tipo que vira amiga na primeira semana. Confio intensamente. Às vezes, gosto de frequentar lugares inusitados, para descobrir figuras de roupa estranha, maquiagem forte demais, mas que tem um papo bom e uma história diferente dos locais de samba no pé.

Mas, com o perdão da palavra, estou com preguiça do mundo. Ando com sono demais, sem vontade de ser legal. Historias que duram mais de dois minutos tiram minha paciência. Não tenho tido saco de ouvir, de dar conselhos, de mostrar que sim, a vida vela a pena seu reclamãochatopracaralho. Estou cansada das frases repetidas sem critério, do foco que não muda, das palavras decoradas por uma falta incrível de novidades em uma vida monótona e sem graça.

O problema deve ser meu. Devo estar ficando velha. Vai ver que bateu o relógio biológico (sim, assunto para um próximo texto) e a minha atenção está estritamente voltada a seres com menos de dois anos. Por isso, gente, suplico paciência com a minha pessoa. Entendam caso eu não queira colocar os pés fora do meu lar. Não me julguem quando eu gritar que preciso ficar quieta. Eu juro, que assim como todas as outras fases, essa há de passar. Eu vou voltar a amar gente. Como sempre foi.