terça-feira, 22 de dezembro de 2009

2009/2010/Natal/etudomais

Quando eu era criança estudava em um colégio de freiras que classificava as notas em O (ótima), MB (muito bom), B (bom), R (regular), F (fraco) e I (insuficiente). Até a 5ª série, tirar abaixo de B era um absurdo, um desacato, um acontecimento digno de três dias de sofrimento profundo. Depois o R passou a ser lindo, as expectativas caíram, e o bom passou a ser o aceitável, o que no final do ano permitisse um “aprovado” no canto de uma folha de sulfite.

Engraçado como as tendências se mantém e, adaptando a cada situação, essas notas o e estas diferença de satisfação referente ao nivelamento, continuam vida a fora. Ano passado considerei meu ano MB, sem grandes percalços, com direito a mudança de cidade e coração livre. Este ano, o nível de exigência subiu e o meu ano continuou MB, apesar do carro novo, do emprego legal, dos novos amigos, de viagens bacanas e de felicidade, sim, sem tamanho.

Longe de ser chatice ou reclamações com a barriga cheia. A verdade é que meu ano foi sensacional e, lendo o texto de promessas que fiz em janeiro, constatei que fui uma aluna exemplar, daquelas que erra só para o professor não achar que está colando. A nota não é somente referente a resultados. Pega bom comportamento, realizações, conquistas: soma tudo e divide por três.

Enfim, o ano que foi lindo pode virar um 2010 melhor ainda. Se tem uma coisa que eu sei fazer é manter as coisas boas da vida, nada de se desfazer só porque comprei outra, sabe? Portanto, que neste ano que entrará em alguns dias eu possa dar continuidade às coisas especiais do mundo. Que o juízo me faça guardar dinheiro, a consciência a fazer trabalho voluntário, o carro a viagens de final de semana, o desamor à cidade de SP a uma vida mais cultural e fazendo jus ao que esta cidade cinza tem para me oferecer.

Também: que volte para o inglês, para a yoga, para o abraço dos amigos de infância, para os livros ao invés da TV, para o médico ao invés do Google, para o suco ao invés da cerveja.
Que este final de ano seja profundo. Que cada um possa sentir o que realmente tem dentro de si. Tem quem fique triste nesta época (euuu) e, ao contrário do que muita gente pensa, isso não é de todo mal. Está na hora de evoluirmos. Sentir, gente, seja o que for, faz virarmos gente grande (e tem hora melhor para crescer do que a virada do ano).

Um Natal intenso para todos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Momento Blé (chata prá caralho)

Blé. A chuva não para, um monte de gente morrendo, trânsito dos infernos. Mais de três horas por dia dentro do carro, sem nada de útil para fazer. A balada, que sempre foi uma boa válvula de escape, virou uma coisa chata, cheia de gente chata. A conta bancária diminui tão rapidamente quanto a água doce do mundo, que segundo a Veja dessa semana, cabe em duas garrafas de 1,5 litro. Medo. Terror. E blé.
Nunca acreditei na profecia de que o mundo vai acabar em 2012. Puta besteira, balela. Mas ao ler a mesma revista citada no parágrafo anterior, me pego pensando que talvez a profecia esteja realmente errada. O mundo acaba antes de 2012! A expectativa de vida subiu, o número de pessoas no mundo cresceu absurdamente e, o que deveria ser proporcional tem a função inversa. Não existe nada; o mundo consome mais do que a Terra produz. Blé, de novo.
Se for acabar em 2012 que isso seja garantido já. Ando tão em dúvida sobre tudo que ter prazo de validade facilitaria um pouco as coisas. A obviedade, clareza não existem. Tudo que eu queria era arrumar a minha mala cor de rosa com meia dúzia de roupinhas legais e me jogar no mundo. São Paulo, como sempre, está consumindo as minhas boas energias, tirando a paz que sempre me orgulhei de ter aqui dentro. Entre voltar para casa de “papais” ou mudar para o Japão para estudar matemática, resolvi comprar uma bicicleta.
Dar um passo para trás, retirar o que foi dito, lidar com a falta de sucesso de um plano inicial. Resolver entre o certo e o mais certo ainda ou o errado e o mais errado ainda está me deixando surtada. E o pior, a cama e o travesseiro estão localizados em uma zona de perigo que pode explodir a qualquer momento. Socorro. E blé.
PS: Além dessa matéria de capa, a Veja publicou uma entrevista com Geyse Arruda, sobre a lipo que ela acabou de fazer. Mais blé impossível.