quinta-feira, 19 de março de 2009

Dezesseis toneladas

Eu ando por aí rindo de tudo. Acho graça de graça. Ninguém está precisando me dar pirulito de coração e nem bala-chiclete para me ver feliz. Eu estou meio boba, sabe? Outro dia fiquei pulando na cama – dos outros, que nem quando eu tinha cinco anos e queria fazer algo escondido da minha mãe. Eu tenho dado mais risada, tenho achado tudo mais leve. O meu coração está pra fora faz uns dias. Ele tá legal, não tem reclamado nem dos meus abusos de poder. Ele andava falando por aí que eu estava folgada, colocando quem bem entendia dentro dele que já estava tão, mas tão cheio que qualquer dia explodia. Mas agora tudo mudou, eu resolvi liberá-lo, deixei solto, dei férias, decretei feriado. Ninguém entra, só ele sai. Para onde quiser. Isso me deixou mais livre. Eu que sempre detestei as coisas certinhas, abri mão da formalidade, abri mão da hierarquia (eu que mando?), abri mão das regras. Deixei tudo por aí. O resultado? Uns quilos a mais. Felicidade engorda. E eu não quero nem saber.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Siiiiim à rotina!

Eu sempre detestei rotina. Adoro começar o dia sem saber ao certo como ele irá terminar. Sou meio sem-regra. Sigo meu coração até nisso. Se tenho vontade, vou e faço. Se não, deixo para amanhã sem um pingo de dor na consciência. Acredito fielmente que qualquer coisa só é bem feita quando é realizada com vontade. Sigo meus instintos com pés de menina mimada que acha que pode controlar o rumo da vida.

Acontece que eu descobri esses dias que não tenho juízo – e nem vocação – para não ter planejamento. Ok, não vou chegar ao trabalho e montar uma planilha (eca!) com todas as tarefas e a hora em que elas serão realizadas. Mas levantar da cama sem ter pelo menos idéia do que será o meu dia, não resulta em boa coisa.

No fim do ano passado eu pedi demissão. Queria me sentir livre (e leve e solta). Um monte de plano na cabeça e nenhuma idéia colocada no papel. Como boa geminiana que sou, os meus mais brilhantes pensamentos acabam assim como começam: do nada. Nesses três meses de um quase ócio (ócio?) quis ser mãe, tia, assistente social, curadora de projetos internacionais, gorda, louca, organizadora de carnaval, assessora de imprensa voluntária (adoro não ter dinheiro, impressionante). Também não quis ser nada disso. Na mesma intensidade.

Com uma proposta legal voltei para o escritório. Estou amando a minha rotina de nove horas diárias e almoços em restaurantes charmosos. Minha cabeça parou de pensar em planos imaginários (e homens que aparecem quando precisamos pensar em alguma coisa para não enlouquecer). Hoje enquanto me trocava para vir trabalhar, liguei a TV e fiquei ouvindo o “Mais Você”. No estúdio, com a Ana Maria Braga, duas meninas que se consideravam burguesinha (sim Seu Jorge, tão usando por aí). Elas relataram um orgulho enorme de não trabalharem. E mais: mostraram maquiagem importada, quatrocentosequaretaenove cartões de crédito e nada, mas nada mesmo, na cabeça.

Vim trabalhar andando, feliz da vida por ter uma rotina que me faz crescer todos os dias. Que me faz usar a cabeça (não apenas pra fazer escova). Que me enriquece (não apenas no material). Que me ensina cada dia (tudo). Que mais faz ver todas as cores da vida.

Ps. Hoje o expediente está acabando e eu acabei de pensar que não pensei nele em nenhum segundo do dia. Mágica? Não, trabalho.