sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Que pretensão a sua...

Ontem eu quase deixei escapar um “lindo” no final de uma frase normal. Depois, na hora de dar tchau no telefone, por muito pouco não falei um “te amo, tá?”, depois que você falou para eu dormir com os anjinhos. Quase falei como se eu fosse alguma coisa sua, como se eu pensasse em você o dia inteiro. Que besteira! Eu, pensando em você o dia inteiro? Nem se estivesse louca.
Agora eu trabalho na Paulista, vejo um homem mais bonito e interessante que você a cada dez metros, tenho ambições e planejo um futuro bem diferente do que você quer ter. Tenho a minha vida inteirinha programada. Trabalhar muito, viajar pelo menos para metade dos destinos que escolhi nos próximos cinco anos, passar quinze dias meditando sozinha na Índia, guardar dinheiro o suficiente para comprar e decorar um apartamento com a porta verde para atrair prosperidade, abrir uma empresa que atue somente no que eu acredito, ganhar bastante para fazer doações, ter meu carro e uma barriga de tanquinho. Ufa. Acho que depois de tudo isso eu caso e tenho os três filhos que a gente planejou. Ops, a gente? Olha eu aqui de novo pensando como se eu ainda fosse alguma coisa sua.
Não, não é você. O meu futuro marido vai me fazer rir todos os dias, vai comer besteira tomando cerveja nos fins de semana (mas vai me levar à força para a academia toda terça e quinta), vai entender as minhas loucuras de meditação e yoga, vai levar as crianças para passear na praia e vai de sujar tanto de areia que vai ficar mais infantil que eles, vai gostar de ler, de escrever, de viajar e de comida japonesa. Vai ser criativo, inteligente, estudioso, ambicioso e vai sonhar em montar uma pousada no sul da Bahia. Ah, se tiver olhos lindos, cabelo escuro e uma boa estatura, eu agradeço. Não é por nada não, estou pensando estritamente na genética que quero para o Theo, pra Laura e pra Giulia. Os nomes? Coincidência também. Pura coincidência.
Mas não, não é você não. De onde você tirou isso?

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