domingo, 19 de outubro de 2008

A gente pode (ha ha ha!)

Eu tinha uma hora dentro do ônibus Santos-São Paulo. Era domingo à noite e eu pensava em quanto seria bom ter alguém pra me pegar na rodoviária e me levar pra jantar, depois subir com a minha mala pesada e colocar no meu quarto, em cima da minha cama de edredom roxo.

Como teria sessenta minutos livres, resolvi listar (já que não tinha que ocupar meu tempo passando blush para descer bela do ônibus) tudo que pode me fazer tão bem quanto ter um cobertor de orelha nessa noite chuvosa da Capital.

Falando em chuva, dormir com o barulho da água caindo é fantástico. Sambar horrores e tomar um milk-shake depois da balada, faz um bem enorme. Misturar vinho branco com água de bolinhas, viajar sem celular, férias de um mês, roupa nova e dançar sozinha em casa escutando Maria Rita são coisas que dão aquela chacoalhada no coração.

Passar uma tarde na Livraria da Vila faz a minha gastrite ir para longe, assim como meditar fazendo ioga na praia. Massagem no pé, chocolate no frio e cerveja gelada no calor são quesitos fundamentais na minha listinha. Receber um elogio. Sair da havaianna. Dormir na rede. Ter muitos amigos por perto. Achar dinheiro no bolso de uma calça do verão passado. Escorregar na espuma junto com uma criança de cinco anos. Se enrolar num cobertor quente e assistir filme meloso.

Chegar em casa e tirar o sapato para ninguém escutar os passos da sua irresponsabilidade numa quarta-feira qualquer. Carnaval. Água de coco. Emprego novo. Bolinha de queijo de festa de criança. Gastar o salário inteiro e sair linda depois. Sentar num restaurante charmoso no sábado de tarde e pedir uma caipirinha de sakê com kiwi, fazendo cara de mulher independente. Ter vergonha (e subir fazendo cara de criança sapeca) de o porteiro perceber que cada fim de semana é um carro diferente que te deixa na porta no prédio.

A lista é grande e eu prefiro pensar que essas coisas boas são benefícios exclusivos da mulher que está – temporariamente – solteira. A gente merece (recompensa do peso da mala no metrô e de muito, muito mais).

Quer saber? Adoro milk-shake depois da balada mesmo.

Um comentário:

Iza disse...

hauhauhauhauha adoreiiiiiiiiii.....

e ainda li ouvindo Marisa Monte cantando "Volte para o su lar" bem na parte

"Aqui nesse barco
Ninguém quer a sua orientação
Não temos perspectivas
Mas o vento nos dá a direção
A vida que vai à deriva
É a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa"

achei tao a calhar