quinta-feira, 15 de setembro de 2011

E você, tem saudade do que?

Como assim não existe a palavra saudade em outros idiomas? Eu tenho saudade de todas as formas, em todas as linguas. Eu sou do tipo que precisa de coisas palpáveis. Mensuráveis. Consigo, por tempos, medir o tamanho de um amor, nem que a minha medida seja esquisita (te amo, sim, mais que chocolate). Tento, por vezes, calcular a força de uma amizade, levando em consideração o grau de apoio, de companherismo, de ensinamento, de sinergia e de sintonia. Agora, o que não dá, é para calcular a saudade. Saudade de um dia, de um ano, de uma época. Saudade da escola, do primeiro ano da faculdade, das bagunças na casa de amigos que ainda moravam com os pais e “roubavam” a casa assim que ouviam o barulho do motor do carro. Saudade de uma viagem. Viagem? Ah, a viagem de formatura.

Agora, saudade, saudade mesmo eu tenho de gente. Quando vem aquele aperto do peito e um nó estranho na garganta é batata, a saudade chegou. Veio forte. Cheia de atitude. Tem dias que é estranho deitar na cama e não ter a minha mãe para me cobrir e dar boa noite, embora ela esteja a míseros 50km de distância. Ficar sem almoçar na casa do meu pai no domingo, faz a minha semana perder alguns porcento de cor, já que com isso, fico desprovida da melhor energia do mundo. Ok, também sinto falta de quem eu falava todos os dias e cortei por pura necessidade. Uma necessidade que eu queria que não existisse nunca.

Saudade de amigos de infância, da época do colégio. Amigos que conheci em alguma viagem, que mantive contato por meses, mas que a rotina acabou afastando. Ai, essa rotina louca e acelerada, que transforma em saudade uma possibilidade de ligação às 3 horas da tarde, que acaba ficando para depois, para depois e para nunca. Saudade de quem foi. De quem o destino tirou. Longe de ser mórbida, mas vale falar: estou aprendendo a lidar com a morte de forma mais natural. Enxergando de forma diferente. Mas nem isso apaga uma dor forte, uma vontade de chorar incontrolável, quando vem à cabeça um momento passado junto, quando estávamos todos no mesmo mundo. No meu mundo.

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