A vida pede segundas chances. Terceiras, quartas. É o inglês
que você parou e tem outra chance para recomeçar. A viagem que não deu certo
naquele momento, mas volta com potencial de realização. O amigo que pisou na
bola, mas putz, ele é tão legal que não tem como ignorar a existência. As
segundas chances vem para nos mostrar uma maleabilidade divertida. Dão uma
sensação de poder, de alívio, de tipo: “não foi agora, mas o mundo dá voltas e
lá na frente tudo se ajeita”. Eu gosto de segundas chances.
Tem gente por aí que critica. Tem gente que não se permite.
Que não acredita num mundo melhor. Eu acredito que as pessoas mudam. Vale dar uma
segunda chance a quem errou. Quem aqui não erra? Vale dar uma segunda chance
aos nossos erros e, por que não, aos nossos acertos. Vale acreditar que pode
ser diferente. Nem que seja para lá na frente olhar para trás e ver que tentou
de tudo, que não desperdiçou a chance de ser feliz por conta de um orgulho bobo
ou por uma cabeça dura.
Lembro bem daquela fase de escola. Era prova e se você fosse
mal, tinha a recuperação. Se desse nota abaixo da meta de novo, tinha uma outra
prova. E, no fim, se nem assim rolou, vinha um conselho de classe que te
aprovava se tivesse tido um bom comportamento durante o ano. Aí agente cresce e tiram da gente esta
facilidade, este poder do novo, da renovação. Depois que fomos condicionados a
tentar sempre, depois que entendemos que com chances as coisas dão certo,
depois que tivemos sucesso na terceira vez, nos deixam órfãos de
tentativa.
A moral é: eu tenho dado segundas chances à vida. Pode dar
certo, pode não dar. Posso dar uma terceira, uma quarta se eu achar que vale a
pena. E posso simplesmente recuar, se achar que esta segunda chance está
atrasando a minha vida. A real é que eu estou me lixando para números. A
matemática nunca foi mesmo o meu forte. Para mim, é sempre a primeira chance.
Pra mim.
Um comentário:
Amei!
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