quarta-feira, 14 de março de 2012

Só hoje

Bom mesmo é perder o rumo, o tino, a hora. Se permitir
ignorar os planos pré-estabelecidos, pular as regras. Dizer não quando quer
dizer não, gritar sim quando se quer gritar sim. Quem disse que segunda-feira é
dia de correr? Ou que quinta tem que necessariamente pular da cama cedo para
fazer drenagem? E se eu não quiser? E se a minha vontade for jogar pro alto
todo ritual que mantive durante anos, para tentar mudar o caminho que estava
viciado em uma rotina que eu mesma estabeleci? Seguinte: pela primeira vez
resolvi fazer diferente. E se para ser realmente diferente preciso desmarcar a
hora, furar o encontro, readequar a agenda, coisas que nunca fiz. Agora farei.

Hoje é o dia de fazer o que dá na telha. Por impulso ou por uma
vontade que tem todo direito de ter vida própria. Dia de comprar passagem sem
pensar no amanhã, dia de trocar o exercício por um momento bom, dia de dormir
até mais tarde e deixar a praia para depois. O agora é o momento de apostar
fichas, de entregar o coração, de segurar uma razão que nunca foi muito
confiável.

Por anos o caminho que julguei certo me mostrou linhas
tortas. Por tempos tentei arrumar essas linhas, alinhar com planos de vida que
são meus (e, sim, Ana Carolina...”e que não abro mão”). Chegou a hora de
permitir mudanças. De deixar pra lá. De trazer pra cá.

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