segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lugar nenhum (bem feito).

Há tempos não me permitia. Engolia o choro, segurava a vontade, tampava os olhos. Há meses não deixava meu coração entortar, minha cabeça dar nó. Fiz isso outro dia. Olhei para as estrelas e chorei por minutos. Sem saber o motivo ao certo, simplesmente deixei o meu corpo refletir exatamente o que se passava aqui dentro. Doeu pensar, doeu aceitar. Machucou perceber que tudo aquilo, todo aquele sofrimento que estava camuflado em finais de semana agitados, é culpa minha. Sou bem resolvida, assumo meus erros, dou a volta por cima, mas, dessa vez, a bagunça interior está alguns pontos acima do meu controle emocional. Quis tudo, depois não quis nada e, mais tarde, quis só metade. Fui eu que manipulei a minha vida, mesmo que da forma mais errada do mundo. Escolhas saíram daqui, dessa cabeça que pensa que sabe, desse coração que acha que sente, dessas mãos que acham que sabem aonde devem ficar. Nada aqui sabe de nada. Deu nisso: tentando andar para trás e conseguir uma coisa ou andar para frente para conseguir outra, acabei parada exatamente onde estava. No mesmo lugar de sempre, em lugar nenhum.

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